domingo, 11 de fevereiro de 2007

Jesuítas com Ovos Moles...

Aos dez dias do mês de Fevereiro do ano da graça de dois mil e sete, juntaram-se pela segunda vez Bicigodos e Cagaréus para uma aventura pelos caminhos da Serra da Freita em Arouca. Foram onze os bravos aventureiros que se encontraram para a partida no Parque de Campismo Refúgio da Freita, no Merujal.

Tendo por base um trajecto disponível no Depósito de registos GPS para BTT, partimos em direcção às torres eólicas, sempre com Arouca do nosso lado esquerdo. Apesar do bom tempo à partida, rapidamente chegamos aos 1000m de altitude onde sentimos o ventinho gelado que faz girar as hélices.

Depois de uns kms de alcatrão e de uma descida alucinante, fizemos a primeira paragem para abastecer. Bolachas e barras energéticas compunham o menu, pois nem os Bicigodos levaram Jesuítas de Santo Tirso, nem os Cagaréus levaram os Ovos Moles de Aveiro.

Ainda não tínhamos chegado a Tebilhão e já avistávamos ao fundo os impressionantes socalcos que nos deixam a meditar sobre a proeza conseguida pelo Homem de forma a conseguir tirar sustento da serra agreste.

Foi também aqui que começámos a percorrer o percurso pedestre PR6 denominado "Caminho do Carteiro" que nos ia levar até Rio de Frades.

À entrada de Tebilhão fomos recebidos com: "-Vai uma aguardente de mel???", ao que nós respondemos: "-Não diga isso duas vezes!". E ele não disse mesmo, pois reparou que afinal eram onze os candidatos com cara de quem não recusa uma pinga.
Uns metros à frente demos connosco a negociar uma vaca Arouquesa, mas o negócio também não se concretizou porque nós já tínhamos uma igual à nossa espera no parque de campismo "mortinha por saltar para a brasa".

Seguindo pelos estreitos caminhos que serpenteiam por entre os terrenos agrícolas, passamos o Ribeiro Pequenino e subimos até Cabreiros.
Os 400m de desnível que separam Cabreiros de Rio de Frades são feitos por um caminho de 3km muito técnico, rasgado pela erosão das águas e com enormes pedras. Cansativo mas muito divertido!

Já depois de termos passado as ruínas da minas de volfrâmio, do tempo da 2ª Guerra Mundial, chegamos a Rio de Frades maravilhados pela vista das lagoas e cascatas que nos fazem desejar lá voltar (quando as temperaturas convidarem a um banho naquelas águas límpidas).


À chegada a Bouceguedim, deparamo-nos com um par de miúdos que na sua simplicidade se contentam com um terreno verdejante e um guarda-chuva para se divertirem. O que para eles é um simples recreio de brincadeiras, para nós é uma paisagem bucólica de encantar.
Ao atravessar a aldeia tivemos oportunidade para dois dedos de conversa com as gentes da terra, enquanto abastecíamos as nossas mochilas de água.

Aqui começou o tormento... São 900m de desnível para vencer, por um trilho de 9km com bastante pedra que nos iria levar serra acima de regresso às eólicas. DEMOLIDOR!!


Para terminar em grande, ainda tivemos direito a uma chuvinha puxada pelo vento forte no topo da serra.
Precisamente à hora combinada, chegamos ao parque de campismo onde nos esperava o desejado banho retemperador e o prometido repasto:

Presunto e chouriço
Sopa à Lavrador (com tantos ingredientes que nem a própria cozinheira conseguiu enumerar)
Costeleta de vitela grelhada (que com aquela espessura não pensei que pudesse ser tão tenra)
Batatas fritas, arroz com cenoura
e salada de alface com kiwi para acompanhar
Salada de fruta e baba de camelo caseira para sobremesa
e para terminar...
...a prometida aguardente de mel caseira.




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------------------------- Acumulado até à data: 4115,00km percorridos e 349h02m a pedalar -------------------------
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